Produção no primeiro trimestre se manteve limitada, com oito paradas temporárias de fábrica e dois cancelamentos de turno
Apesar da melhora nos números em março,
a produção acumulada no primeiro trimestre ainda está cerca de 50 mil unidades
abaixo dos níveis pré-pandemia. De janeiro a março foram produzidos 538 mil
autoveículos, apenas 8% a mais que no início do ano passado, quando a crise
dos semicondutores estava no auge. Para veículos pesados, houve redução de
cerca de 30% no volume de produção.
"Nesses três primeiros meses tivemos oito paralisações de fábrica e dois
cancelamentos de turno, algo semelhante às paradas verificadas no início de
2022. A diferença é que no ano passado o motivo era somente a falta de
componentes, enquanto agora já há outros fatores provocando férias coletivas,
como o resfriamento da demanda", explicou Márcio de Lima Leite, Presidente da
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA),
lembrando que há novas paralisações anunciadas para abril.
As vendas acumuladas de autoveículos no trimestre foram de 472 mil unidades.
O crescimento de 16,3% sobre o mesmo período do ano passado poderia indicar
sinais de recuperação, mas na verdade a base de 2022 é muito baixa, já que
faltavam carros nas concessionárias. Em relação aos volumes de antes da
pandemia, a defasagem é superior a 20%.
"A fotografia do momento seria pior se não fossem as boas vendas para
locadoras em março, 28% do total. Essas empresas ainda têm uma considerável
demanda reprimida, mas isso não vai sustentar nossos volumes por tanto tempo
caso não haja uma reação mais forte no varejo, o que depende de melhorias nas
condições de financiamento, entre outras medidas para reaquecer o mercado",
analisou Leite.
As exportações em março mantiveram a média diária de 1.900 unidades de
fevereiro, o que indica o cumprimento de contratos com os principais destinos,
mas sem grande crescimento de volumes. Na comparação trimestral, as 112,2
mil unidades embarcadas entre janeiro e março representaram crescimento de
3,9% sobre o mesmo período de 2022.
O setor de máquinas teve a divulgação dos números do primeiro bimestre, ainda
com déficit em relação ao mesmo período do ano anterior. As agrícolas tiveram
7.938 unidades vendidas, queda de 15,9%, enquanto as rodoviárias
apresentaram recuo de 7,2%, com vendas de 4.531 unidades. Ao menos as
agrícolas cresceram de fevereiro para janeiro, apesar da expectativa no mercado
para o aporte de novos recursos do Plano Safra 2022/23. Já as rodoviárias
tiveram desempenho tímido em fevereiro, explicado pelo compasso de espera
pelas políticas de investimento em infraestrutura de várias esferas de governo.
Assessoria de Comunicação ANFAVEA