Mês do ferroviário: gerações transportam legado e movem a história do transporte de São Paulo

26/04/2024

ViaQuatro e ViaMobilidade celebram os 170 anos da ferrovia no Brasil com evolução em atendimento, tecnologia e segurança

Em 30 de abril, a ferrovia no Brasil completa 170 anos. Desde 1854, quando D. Pedro II inaugurou o primeiro trecho da Estrada de Ferro Petrópolis, no Rio de Janeiro, são décadas de história escrita por pessoas que fizeram e fazem acontecer uma verdadeira revolução nos trilhos, com avanços em tecnologia, segurança e excelência no atendimento ao passageiro.

Neste Dia do Ferroviário, a ViaQuatro e a ViaMobilidade celebram a história dos mais de 4,5 mil colaboradores que se dedicam todos os dias a garantir viagens com conforto e segurança aos passageiros. Juntas, as Linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda transportam quase 2 milhões de pessoas por dia.

Os investimentos previstos para as linhas de metrô somam mais de US$ 5 bilhões em tecnologia, operação, manutenção e melhorias. Já para as linhas de trem, foram 2,9 bilhões investidos nos dois primeiros anos de concessão, em um contrato válido por 30 anos, que prevê investimentos de R$ 4,1 bilhões somente nos três primeiros anos de operação.

Mais que uma profissão, um legado

Para muitos ferroviários, a paixão pelos trilhos vai além de uma profissão e se torna um legado. É o caso de Hamilton Trindade, gerente executivo de atendimento da ViaMobilidade. Há mais de 37 anos na ferrovia, segue os passos do pai e do avô. Ingressou como agente de bilheteria da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) na década de 80. Ao longo da carreira, foi encarregado, supervisor, analista, chefe de departamento e gerente executivo de atendimento do Metrô Bahia e da ViaQuatro.

Ao longo da carreira, foi encarregado, supervisor, analista, chefe de departamento e gerente executivo de atendimento do Metrô Bahia e da ViaQuatro.

"Eu nasci e fui criado em uma casa de colaboradores da ferrovia, em Poá. Sou filho único, então carrego comigo a responsabilidade de perpetuar esse legado. Sinto uma satisfação imensa, pois é muito gratificante contribuir para que milhares de pessoas utilizem os trens todos os dias. É uma missão nobre que quero transmitir para os meus netos. Inclusive, já os trouxe para conhecer o sistema ferroviário e eles já ganharam trenzinhos de brinquedo", conta.

Já Fernando Nunes, gerente executivo de manutenção da Linha 5-Lilás, faz parte da quarta geração de ferroviários do Estado de São Paulo. Começou a carreira com 18 anos, como eletricista na Fepasa. Seguiu os passos do bisavô, que foi porteiro na Estação Luz da SPR (São Paulo Railway), do avô, supervisor de comunicação e energia da SPR e da Rede Ferroviária Federal, e do pai, que começou a trabalhar com 11 anos como aprendiz de telegrafista.

"É mais do que uma profissão, é uma paixão que corre pelas nossas veias. No Brasil e no mundo, a ferrovia sempre trouxe evolução para as cidades por onde passou. Foi precursora de tecnologias, como o uso da eletricidade na mobilidade urbana, que deu origem aos carros elétricos. É gratificante fazer parte desta história de desenvolvimento e contribuir para as inovações tecnológicas que tornam os sistemas mais modernos, seguros e confortáveis para os passageiros", relembra.

"Inclusive, essa paixão atravessa gerações, pois meu filho já atuou na ferrovia e fez história como a quinta geração da família nesta área", completa.

Mulheres que fazem história sobre trilhos

Neste mês do ferroviário, Andréa Karla Monteiro, supervisora de tráfego das Linhas 8 e 9, também comemora 30 anos de ferrovia. Em 1993, participou do primeiro concurso da Fepasa para maquinistas que aceitou candidatas mulheres. Começou a trabalhar no ano seguinte e foi se apaixonando cada vez mais pelo ofício.

"Quanto mais a gente aprende, mais a gente se envolve. Não conduzimos somente um trem, transportamos milhares de pessoas cheias de esperança e sonhos. Hoje, dou treinamento para as novas turmas e falo que a ferrovia funciona como uma engrenagem que envolve os times de controle, manutenção, operação e atendimento. Quando todos dão o melhor de si, o carrossel gira em perfeita sintonia e isso é encantador", ressalta Andréa.

Já Nathália Martins, gerente executiva de atendimento da ViaQuatro, faz história há 14 anos na Linha 4-Amarela. Começou como agente de atendimento e manutenção e ficou deslumbrada com o setor metroferroviário.

"Ser mulher e trabalhar em um setor ainda predominantemente masculino é um reflexo do tamanho da mudança do contexto organizacional ao longo dos anos. Cada vez mais, as mulheres estão ganhando espaço e essa é uma forma de demonstrar que podemos ser e estar onde nós queremos, pois não há limites para os nossos sonhos.

A nossa competência, determinação e resultado não são avaliados pelo nosso gênero e sim pelo nosso desempenho e isso é essencial para a história da ferrovia no país", descreve.

Novas gerações honram histórico ferroviário da família

Hoje, as novas gerações também perpetuam a história sobre trilhos. Valdir Dias, supervisor do CCO (Centro de Controle Operacional) das Linhas 8 e 9, tem 29 anos de idade e já soma 12 anos de experiência. Começou como aluno aprendiz do Senai aos 17 anos, foi controlador na Linha 4-Amarela, atuou na mesma função na Linha 5-Lilás e nas Linhas 8 e 9, onde foi promovido à supervisão.

"O CCO é o cérebro da operação comercial, pois centraliza as informações de acordo com as demandas do campo e mantém a circulação. Nosso trabalho é manter a regularidade da operação dos trens como um maestro desta orquestra que transporta histórias e sonhos. Aqui, honro o legado do meu pai, que foi ferroviário e se aposentou. Tudo o que conquistei na vida até hoje foi graças à ferrovia, inclusive os aprendizados diários", detalha.

A arquiteta e urbanista Amanda Pierrini, de 27 anos, também não resistiu aos encantos da ferrovia e atua há quatro anos na Engenharia de Mobilidade, hoje, com projetos do modal metroferroviário. Há quatro gerações, o ofício está no sangue, pois seu bisavô atuava na área de manutenção da EFS (Estrada de Ferro Sorocabana). Já seu avô começou como ajudante geral e técnico de sinalização, passando pela EFS e Fepasa. Seu pai, por sua vez, começou como aprendiz na Fepasa, atuou como técnico, analista de engenharia, gerente e diretor de operação e manutenção.

"O metrô e a ferrovia influenciam muito no urbanismo e na construção da cidade. Uma estação nova pode transformar um bairro inteiro e isso é muito potente. É uma honra seguir o mesmo trilho da minha família. Desde criança aprendi a amar a ferrovia, seja pelo ferrorama que ganhei ou pelos dias em que fui conhecer o trabalho do meu pai e ele me explicava tudo com brilho nos olhos. Enxergá-lo como uma das pessoas que fazia São Paulo se movimentar todos os dias era lúdico para mim e fiquei deslumbrada. Principalmente sabendo que naquelas estações trabalharam meu avô e bisavô. Hoje, tenho a honra de contribuir com projetos que mantêm essa história viva", relata.