Fórum de Fretamento discute tributação, leis trabalhistas e futuro do setor

10/09/2025

A Rádio Ônibus acompanhou o evento e trouxe entrevistas com líderes do setor, advogados e empresários.

O 1º Fórum de Fretamento realizado em São Paulo reuniu empresários, advogados, sindicatos e especialistas para discutir os principais desafios e oportunidades do setor. Entre os temas abordados estiveram a reforma tributária, a legislação trabalhista, a segurança operacional e a representatividade política do segmento.

O presidente do Sindicato Transfretur, Jorge Miguel, destacou que o fretamento enfrenta dificuldades significativas, principalmente por conta da falta de representatividade em Brasília. Ele reforçou a importância de iniciativas como o comitê tributário mensal e os plantões de atendimento online do sindicato, que buscam orientar empresas e minimizar impactos. Jorge também apontou problemas operacionais, como o aumento nos casos de roubo de tacógrafos, que prejudicam a operação das empresas.

Em seguida, o presidente da Fresp, Milton Zanca, ressaltou a relevância do fórum como espaço de diálogo entre empresários, sindicatos e poder público. Zanca destacou que a reforma tributária trará custos adicionais para o setor e reforçou a necessidade de conscientização e união das empresas para enfrentar os desafios.

Os advogados Roxeli Martins e Maurício Stefani, especialistas em tributação, explicaram que o fretamento pode sofrer aumentos significativos na carga tributária e alertaram para a importância de avaliar cuidadosamente fornecedores e créditos fiscais. Eles indicaram estratégias jurídicas e políticas para reduzir impactos da reforma e recomendam planejamento estratégico para garantir a sustentabilidade financeira das empresas.

O advogado Joel, especialista em legislação trabalhista, comentou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal relativa ao intervalo interjornada e como ela afeta o fretamento. Ele enfatizou que o setor precisa negociar coletivamente regras adaptadas às suas operações, garantindo segurança jurídica e respeito à realidade do transporte privado de passageiros.

O diretor da empresa de turismo do Rio de Janeiro, Jailson Medeiros, recém-ingressado no fretamento, destacou a importância do fórum para compreender o segmento, trocar experiências e se preparar para os impactos da reforma tributária e da legislação trabalhista.

Por fim, o advogado Adilson, assessor jurídico da CNTTT e FTTRESP, trouxe a perspectiva dos motoristas. Ele ressaltou a necessidade de garantir a saúde e a segurança dos profissionais, alertando para os riscos de patologias psicossociais e defendendo soluções negociadas entre trabalhadores, empresas e Judiciário.

O evento mostrou que o fretamento é um segmento estratégico para a mobilidade urbana e corporativa, mas que precisa de união, planejamento e representatividade para enfrentar os desafios tributários, trabalhistas e operacionais que se apresentam.